No próximo dia 5 de Novembro faz um ano que o site http://www.franciscotrindade.com foi para o ar.Trata-se de um site pessoal, dedicado maioritariamente a Proudhon, único em língua portuguesa,e que já ultrapassou as 9000 visitas... Proudhon é o autor que pela primeira vez se intitulou de anarquista e historicamente isso aconteceu em 1840 na obra "O que é a Propriedade?" "Que forma de governo vamos preferir ? - Eh! podeis perguntá-lo, responde, sem dúvida, algum dos meus leitores mais novos; sois republicano. - Republicano sim; mas essa palavra nada precisa. Res publica, é a coisa publica; ora quem quer que queira a coisa pública, sob qualquer forma de governo que seja, pode dizer-se republicano. Os reis também são republicanos. - Pois bem! sois democrata? - Não. - Qué! sereis monárquico? - Não. - Constitucionalista? - Deus me livre. - Sois então aristocrata? - Absolutamente nada. - Quereis um governo misto? - Ainda menos. - Então que sois? - Sou anarquista. - Estou a ouvir-vos: estais a brincar; dizeis isso dirigido ao governo. - De maneira nenhuma: acabais de ouvir a minha profissão de fé séria e maduramente reflectida; se bem que muito amigo da ordem, sou, em toda a acepção do termo, anarquista." "Anarquia, ausência de mestre, de soberano, tal é a forma de governo de que todos os dias nos aproximamos e que o hábito inveterado de tomar o homem por regra e a sua vontade por lei nos faz olhar como o cúmulo da desordem e a expressão do caos. Conta-se que tendo um burguês de Paris do século XVII ouvido dizer que em Veneza não havia rei, esse bom homem não podia crer e julgou morrer a rir com a primeira notícia de uma coisa tão ridícula. Tal é o nosso preconceito: tantos quantos somos queremos um chefe ou chefes; e observo neste momento uma brochura cujo autor, zeloso comunista, sonha com a ditadura..." Possibilidade de fazer downloads de todos os textos, quer os referentes a Proudhon, quer a todos os outros...e de contactar directamente com o autor para colocar questões, dúvidas, objecções, etc etc... http://www.franciscotrindade.com TEXTO DE APRESENTAÇÃO Nascido em Paris, em 1962, Francisco Trindade estudou na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, onde se licenciou em Filosofia em 1985. É professor de Filosofia do ensino secundário desde 1986. É sócio da Societé Proudhon de Paris e autor de obra inédita sobre o pensamento político e filosófico de Proudhon. Já publicou seis livros, sete dezenas de artigos a par de ter levado a cabo uma dezena de conferências. A sua investigação pessoal dura já desde 1984. Reunem-se neste site alguns dos trabalhos e artigos, publicados e inéditos, que o autor destas páginas teve oportunidade de escrever nestes últimos dezasseis anos. Há excepção de alguns trabalhos de características mais marcadamente académicas, a grande parte destes estudos giram directa ou indirectamente na órbita da investigação sistemática ou da influência explícita de um único nome: Pierre-Joseph Proudhon. O contacto directo com a obra do pensador socialista francês, aconteceu pela primeira vez em 1975 e já nessa altura exerceu juntamente com outros nomes do universo anarquista uma poderosa atracção. O início do estudo sistemático de Proudhon e da sua obra complexa, enciclopédica e multifacetada, deu-se na ponta final da Licenciatura em Filosofia, em 1984. Todos os trabalhos levados a cabo sobre Proudhon foram realizados a partir desta data e pertencem à obra Investigações Proudhonianas (I.P) na sua esmagadora maioria ainda inédita. Um dos objectivos deste site é resolver este problema. Se alguma vez houvesse a oportunidade da publicação editorial destas investigações, certamente que alguns dos trabalhos "não-proudhonianos" não seriam publicados e seriam relegados para o fundo poeirento de alguma gaveta. Como isso ainda não aconteceu, vão reunindo-se "por atacado" uma parte dos trabalhos, desde os primeiros, até aos últimos já com data de 2001. Por vezes senti a necessidade de me afastar da investigação central (a obra de Proudhon) para me dedicar a questões ou a acontecimentos históricos que o estudo dessa obra me impelia, (filosofia de Rousseau, materialismo do século XVIII, Revolução Francesa, Comuna de Paris, Guerra Civil Espanhola, Revolução Russa de 1917, Bakunine, Stirner, o conjunto de autores "chamados" de proudhonianos portugueses, toda a temática ligada ao Autoritarismo (personalidade, família, ideologia, militarismo) mais o conjunto de instrumentos postos à disposição do omnipotente Estado (funcionalismo, comunicação social, etc, etc) com o fechamento deste ciclo sinto-me finalmente preparado ao fim destes anos todos para me dedicar a cem por cento aos grandes temas proudhonianos. A partir de agora as problemáticas circulares ao pensamento do filósofo de Besançon encontram-se resolvidas e abre-se, de vez, o mundo do filósofo. A investigação que se inicia demorará, pelo menos a concluir, o dobro do tempo que foi necessário para este ciclo, mas isso não é importante, desde que se realize. O tempo é relativo às disponibilidades nele posto.